O Ministério da Fazenda anunciou uma revisão significativa em suas projeções para a economia brasileira em 2024 e 2025. A nova estimativa aponta para uma inflação mais elevada, com o IPCA fechando o ano em 4,25%, superior à projeção anterior de 3,9%. Essa revisão indica um cenário mais desafiador para a política econômica, exigindo ajustes tanto na política fiscal quanto na monetária.
Fatores que impulsionam a inflação:
A elevação da projeção inflacionária é resultado de um conjunto de fatores, como:
- Reajuste nos preços dos cigarros: Aumentos sucessivos nos preços dos cigarros, em decorrência de novas leis e tributos, também exercem pressão sobre o índice de preços.
- Desvalorização cambial: A perda de valor do real frente a outras moedas encarece as importações e pressiona os preços dos produtos nacionais.
- Aumento das tarifas de energia elétrica: A revisão das tarifas, impulsionada pelo aumento dos custos de geração, contribui para a inflação, especialmente nos itens que utilizam energia elétrica em sua produção.
Crescimento do PIB revisado para cima:
Apesar do cenário inflacionário mais adverso, a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) também foi revisada para cima, passando de 2,5% para 3,2% em 2024. Esse resultado é impulsionado pela retomada da atividade econômica após a pandemia e por políticas de estímulo implementadas pelo governo.
Novo ciclo de alta dos juros:
Diante do cenário de inflação mais elevada, o Banco Central deverá adotar uma postura mais restritiva, com a provável elevação da taxa de juros. Essa medida, embora necessária para conter a inflação, pode prejudicar o crescimento econômico ao encarecer o crédito e inibir os investimentos.
Expectativas para 2025:
Para 2025, a expectativa é de uma desaceleração do crescimento econômico, com o PIB crescendo 2,5%. Essa projeção reflete o impacto do novo ciclo de alta dos juros, que deve começar a ser sentido de forma mais intensa na economia.
Desafios para a política econômica:
A revisão das projeções pela Fazenda sinaliza a necessidade de um ajuste nas políticas fiscal e monetária para equilibrar as metas de inflação e crescimento. O governo precisará adotar medidas para controlar os gastos públicos, promover a eficiência dos programas sociais e garantir a sustentabilidade da dívida pública.
O novo cenário econômico brasileiro, marcado por uma inflação mais elevada e um crescimento econômico mais moderado, exige uma atuação precisa e coordenada das autoridades econômicas. A busca por um equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento será o principal desafio para os próximos anos.
Fonte: O Estado de SP