O empréstimo consignado tem ganhado cada vez mais popularidade devido à sua conveniência e taxas de juros relativamente baixas. No entanto, o aumento do número de sanções por irregularidades na concessão de empréstimos consignados por correspondentes bancários tem chamado a atenção das autoridades e do público em geral. Esse fenômeno levanta questões importantes sobre a ética e a regulação do setor, bem como sobre a proteção dos consumidores. Já são mais de 1.200 medidas administrativas aplicadas a correspondentes bancários por irregularidades na concessão do crédito consignado desde o início de vigência das regras de autorregulação, em janeiro de 2020.
O importante papel dos correspondentes bancários e o aumento das Irregularidades
Apesar do papel fundamental desempenhado pelos correspondentes bancários, tem havido um aumento significativo nas sanções relacionadas a irregularidades na concessão de empréstimos consignados. Essas irregularidades incluem:
- Concessão de empréstimos a aposentados e pensionistas sem margem consignável adequada: Um dos problemas mais comuns é a concessão de empréstimos a pessoas que já estão com a margem consignável comprometida. Isso pode levar a descontos excessivos nos benefícios dos aposentados e pensionistas, causando impactos financeiros negativos.
- Falta de transparência: Alguns correspondentes bancários não fornecem informações claras sobre as condições dos empréstimos, taxas de juros e encargos envolvidos. Isso pode resultar em tomadores de empréstimos sendo surpreendidos por custos ocultos.
- Pressão e persuasão indevida: Há relatos de casos em que os correspondentes bancários usam táticas agressivas para persuadir os clientes a contratarem empréstimos, muitas vezes explorando a vulnerabilidade financeira deles.
- Falsificação de documentos: Situações em que documentos são forjados ou falsificados para aprovar empréstimos de maneira fraudulenta têm sido identificadas, prejudicando tanto os clientes quanto as instituições financeiras.
Consultas à base da plataforma Não me perturbe e os cuidados do Corban
A ANEC enfatiza que o correspondente bancário sempre pode usar o banco de dados da plataforma para fazer pesquisas para verificar se o cliente não está cadastrado no “Não me Perturbe”. Isso evita as punições, além de também ser uma boa prática na questão da segurança dos dados. O cliente interessado pelo crédito deve entrar em contato com o banco e o correspondente deve reiterar o compromisso com esses consumidores de que eles não serão incomodados com ofertas de ligações telefônicas. Nesse contexto, o corban deve estar atento para não ser prejudicado e não ser o vilão da história, pois ao fazer ligações, muitas vezes com seu único funcionário em sua loja, não pode ser confundido com centrais de telemarketing, que fazem ligações automáticas massivas.
Além disso, busque sempre o consentimento, a autorização do cliente para que suas informações sejam usadas por empresas, na hora da oferta de produtos e serviços. Os dados dos clientes só devem ser usados para quem foi autorizado a usá-los. Cuide bem dos documentos que os clientes te enviam e só os utilize para aquilo que foi autorizado.
Imagem: Marcelo Casal/Agência Brasil