Em meio a um cenário econômico desafiador, o Brasil testemunhou uma queda significativa na procura por crédito em 2023, registrando uma queda de 9,1%, conforme relatório recente da Serasa Experian. Este declínio representa o menor nível desde 2013, marcando o segundo ano consecutivo de retração, após uma queda de 3,1% em 2022.
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, destaca dois principais fatores que contribuíram para essa tendência preocupante. Em primeiro lugar, as taxas de juros elevadas desempenharam um papel crucial, com a taxa Selic, principal indicador de juros do país, atingindo 10,75% ao ano em 2023. Além disso, a persistente alta na inadimplência também exerceu pressão sobre a procura por crédito. O índice de inadimplência no Brasil atingiu um alarmante 69,7% em dezembro de 2023, alcançando o maior nível da história.
Esse cenário de inadimplência elevada gera um clima de cautela entre os consumidores, que temem o risco de se tornarem inadimplentes ao contraírem novas dívidas. Como resultado, muitos optam por evitar o crédito, buscando alternativas para administrar suas finanças sem recorrer a empréstimos.
É importante ressaltar que a queda na procura por crédito foi observada em todas as faixas de renda, refletindo um impacto generalizado em toda a sociedade. No entanto, foi mais acentuada entre os consumidores com renda mais baixa, que muitas vezes são os mais vulneráveis aos efeitos adversos das condições econômicas. No Rio de Janeiro, por exemplo, a queda foi especialmente pronunciada, atingindo 17%, o terceiro maior declínio percentual do país.
Diante desse contexto desafiador, é crucial que as autoridades econômicas adotem medidas eficazes para estimular o acesso ao crédito e promover a estabilidade financeira. Implementar políticas de incentivo ao consumo responsável e oferecer programas de educação financeira são algumas das estratégias que podem ajudar a reverter essa tendência de queda na procura por crédito e impulsionar a recuperação econômica do país.
Em suma, a queda na procura por crédito em 2023 reflete os desafios enfrentados pelos consumidores brasileiros diante de um ambiente econômico complexo e incerto. É fundamental que sejam adotadas medidas proativas para mitigar esses desafios e criar condições favoráveis para o crescimento econômico sustentável e inclusivo.
Fonte: IstoÉ