As projeções de crescimento do crédito no Brasil para 2024 foram revisadas para cima pela Febraban, passando de 8,3% para 8,5%. O aumento é impulsionado pela queda das taxas de juros e pela perspectiva de melhora dos índices de inadimplência. No caso da carteira livre, a projeção subiu de 8,2% para 8,4%, enquanto para a direcionada, avançou de 8,5% para 8,6%. Ambas as carteiras devem ser beneficiadas pela redução dos custos do crédito, que torna as operações mais atraentes para os clientes.
A queda das taxas de juros é um dos principais fatores que impulsionam o crescimento do crédito. A Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, está em 11,25% ao ano, mas deve começar a cair em 2023. A expectativa é que a Selic termine o ano em 9% ao ano.
A queda das taxas de juros torna o crédito mais barato para os consumidores e empresas, o que estimula o consumo e o investimento. Com isso, aumenta a demanda por crédito, o que impulsiona o crescimento da carteira.
A perspectiva de melhora dos índices de inadimplência também é um fator positivo para o crédito. A inadimplência do crédito no Brasil está em queda desde o início da pandemia. Em dezembro de 2022, a inadimplência do crédito no Brasil ficou em 3,9%, o menor nível desde 2020. A melhora da inadimplência torna o crédito mais seguro para os bancos, o que estimula a concessão de novos empréstimos.
A revisão para baixo da expectativa de crescimento da carteira total em 2023 é resultado do menor dinamismo apresentado nos últimos meses, especialmente nas linhas de maior risco (rotativas). As linhas de crédito rotativas, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito, são as que apresentam as maiores taxas de juros e, consequentemente, os maiores riscos de inadimplência.
Apesar da revisão para baixo, o crescimento da carteira total em 2023 ainda é positivo. O crescimento de 6,9% é superior à média histórica da última década, que é de 5,7%. As expectativas para 2024 são positivas. O crédito deve voltar a acelerar, crescendo acima de 8%. O movimento de queda da taxa de juros e melhora dos índices de inadimplência devem beneficiar especialmente o crédito com recursos livres, mais sensível ao ciclo econômico. O crescimento do crédito em 2024 é um sinal positivo para a economia brasileira.
Fonte: Febraban