6 de set de 2022

Beneficiários do Auxilio Brasil poderão aderir ao crédito consignado em setembro, mas a medida ainda enfrenta resistência de entidades.

Veja as vantagens do crédito para o seu cliente.

A expectativa do ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, é que o empréstimo consignado para beneficiários do Auxílio Brasil comece a partir de setembro, mas ainda não tem data oficial. Com a Lei sancionada pelo presidente Bolsonaro no início do mês de agosto, o ministério ainda editará as normas complementares para o início das operações. 

O benefício do Auxílio Brasil, que passou a ser de R $600 até dezembro deste ano, pode ser comprometido em até 40% para o valor limite da prestação para pagar o consignado.

Os valores de parcelamento para o empréstimo consignado são estabelecidos pelo próprio banco ou instituição financeira, porém, o teto da parcela do empréstimo consignado do Auxílio Brasil será de no máximo R $160. Não são considerados 40% de R $600 porque esses R $600 são provisórios. A partir de janeiro do ano que vem, o benefício volta a ser no valor de R $400.

Porém, grandes bancos privados decidiram por não ofertar a nova modalidade de crédito, mas segundo o ministro, isso não significa um desinteresse do mercado em oferecer crédito vinculado ao Auxílio Brasil, pois segundo ele, há 17 instituições financeiras interessadas.

Críticas

A oferta de crédito consignado vem recebendo críticas de entidades e especialistas do setor, que alegam que os recursos do programa devem ser usados pelos beneficiários para gastos básicos, como a alimentação, por exemplo. Segundo eles, o cidadão pode ter até 40% do benefício descontado antes do pagamento, o que é considerado uma armadilha. Uma outra preocupação seria em relação a definição de um teto para a cobrança de juros.

Em compensação, muitos beneficiários deixariam de recorrer aos agiotas e passariam a ter crédito formal com todos os direitos incluídos, com o sistema de proteção de Defesa do consumidor. Além disso, eles teriam a possibilidade de acesso ao microcrédito para superar a pobreza e empreender, caso já tenham uma atividade informal. E ainda podem virar MEI sem perder o auxílio.

Orientações aos clientes

O governo não estabeleceu limites para a taxa de juros que poderá ser cobrada. A medida preocupa especialistas pelo risco de endividamento de famílias mais vulneráveis, que já sobrevivem com poucos recursos e que precisam considerar o caráter provisório do benefício, pois lembram que o auxílio é temporário, enquanto o empréstimo é algo que ele terá que pagar até o final. Por esses motivos, os clientes beneficiários precisam ser orientados pelos correspondentes bancários acerca dos cuidados que precisam ter para evitar as dívidas e respeitar o orçamento. É o que vamos ver na próxima matéria.