29 de nov de 2022

BC prevê expansão das linhas de crédito para consignado para o resto do ano. Como as famílias podem ser orientadas a não entrarem em dívidas?

Com as previsões de alta do crédito ainda este ano, as famílias têm o desafio de pegar empréstimo consignado sem se endividarem. Veja em quais situações elas podem pegar empréstimo sem comprometer o orçamento familiar.

Segundo projeção que consta do Relatório de Inflação do Banco Central, o volume do crédito bancário crescerá mais de 14% ainda neste ano de 2022, expectativa bem superior aos 11% que foi divulgado em junho. Esse relatório é uma publicação trimestral do BC. O crédito livre, que é aquele em que os bancos têm autonomia para emprestar dinheiro e que define as taxas de juros que serão cobradas dos clientes, apresenta expansão de 17,2%. Já o crédito direcionado tem as regras definidas pelo governo, e é mais indicado para os setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.

O Bacen destacou, principalmente, um grande aumento das linhas de crédito para os aposentados e pensionistas do INSS, consequência do aumento da margem consignável, mas também com o aumento do endividamento. A dificuldade das famílias de quitarem seus compromissos financeiros também vêm das operações de crédito pessoal renegociadas e do cartão de crédito rotativo.

Previsão de crescimento para 2023

A primeira previsão para 2023 é de crescimento do volume de crédito de 8,2%. O crédito livre deve apresentar expansão de 9,6%, com crescimento de 10% para pessoas físicas e 9%, para jurídicas. Já o crédito direcionado deve apresentar expansão de 6%, com aumento de 7% para as famílias e 4% para as empresas. 

A FEBRABAN também projeta alta da carteira de crédito para o resto do ano. Segundo a pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, os bancos elevaram a projeção de alta para 2022, com aumento de 11,4% para 13,9%. Para 2023, a média das projeções subiu de 6.9% para 8%. Segundo o órgão, a melhora vem das medidas de estímulo dos programas públicos de crédito do governo. Para 2023, a projeção é de crescimento da carteira, mas inferior em razão da política monetária mais reduzida e crescimento menor do PIB. 

Endividamento das famílias é preocupação

Porém, houve ligeira piora na projeção para a inadimplência da carteira livre do fim deste ano, subindo de 3,8% para 3,9% no mês de agosto. Até o fim do ano, espera-se uma alta moderada da inadimplência na carteira de crédito, destinada às famílias. Para 50% dos participantes da pesquisa, a inadimplência deve encerrar o ano em até 4,0%, enquanto para 38.9% a inadimplência deve ficar entre 4% e 4.5%. Apenas 11% esperam um aumento acima de 4,5%. Para 2023, a projeção de inadimplência passou de 4,1% para 4,2%.

Muitos brasileiros estão recorrendo a empréstimos consignados, principalmente para quitar dívidas com juros mais altos, gerar renda a partir de crédito para abrir um negócio, comprar um imóvel ou financiar os estudos, entre outros motivos, pois essa modalidade de crédito possui as taxas mais atrativas e maiores prazos. Especialistas dizem que, se for feito um orçamento e um planejamento financeiro das famílias, o consignado é visto com bons olhos, desde que seja feita uma avaliação das taxas e quais as condições do pagamento.

Oriente o seu cliente, corban!

O Correspondente bancário deve, assim, orientar o seu cliente antes de pegar empréstimo, para que ele possa se organizar para honrar todas as parcelas e não se enrolar mais ainda no mês a mês. O ideal é ter uma emergência financeira. O cliente também deve ter atenção ao (CET) Custo Efetivo Total do empréstimo. É importante saber esse custo antes de renegociar a dívida porque ele inclui juros e outras taxas e tarifas relativas à operação.