Bancos pressionam Governo por Saque-Aniversário do FGTS e Consignado Privado

Bancos estão empenhados em manter o saque-aniversário do FGTS e implementar o consignado privado, medidas apoiadas pela equipe econômica, mas que enfrentam resistência do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. O presidente Lula busca oferecer uma solução de crédito com juros baixos para trabalhadores endividados ainda neste trimestre.

Projeções apresentadas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicam que o consignado privado pode quadruplicar, atingindo R$ 160 bilhões em dois anos, se implementado via e-Social. A plataforma permitiria descontos diretos na folha de pagamento e a portabilidade do crédito entre empresas, reduzindo riscos e juros.

Atualmente, empregados do setor privado só têm acesso ao crédito pessoal, com juros de 5,69% ao mês, enquanto o consignado privado é restrito a grandes grupos. O uso do e-Social é visto como a melhor alternativa para massificar a modalidade.

Sobre o saque-aniversário do FGTS, o governo considera manter a possibilidade de antecipação de valores, mas com limites temporais, como um intervalo de cinco a sete anos. Outra proposta em análise é o tabelamento de juros no consignado privado em 2% ao mês, medida rejeitada pelos bancos, que argumentam que tetos baixos restringem a oferta de crédito.

Os dados apresentados pelos bancos mostram que o crédito consignado, especialmente para servidores e aposentados, cresceu significativamente nos últimos anos, enquanto o consignado privado permanece estável. Os bancos defendem que flexibilizar essas modalidades ajudará trabalhadores a obter crédito com melhores condições.

Fonte: Folha de S.Paulo