O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central anunciou no dia 02/08 uma decisão histórica ao cortar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, trazendo-a para 13,25% ao ano. O placar no COPOM foi de cinco votos para derrubar a taxa para 13,25% e quatro votos a favor de 13,50%. Este movimento representa a primeira redução da Selic em três anos, desde o último ajuste ocorrido em setembro de 2020.
A decisão do COPOM reflete um esforço para estimular a economia brasileira, que enfrentou desafios significativos nos últimos anos, incluindo a crise econômica provocada pela pandemia da COVID-19 e um ambiente de alta inflação. A redução da Selic visa promover o crescimento econômico e a criação de empregos, ao mesmo tempo em que busca controlar a inflação dentro das metas estabelecidas pelo Banco Central.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista coletiva após a decisão do COPOM, explicou os motivos por trás desse corte na Selic. Ele mencionou que a economia brasileira tem demonstrado sinais de recuperação nos últimos meses, com melhorias no mercado de trabalho e uma redução na pressão inflacionária. Além disso, as taxas de juros globais estão relativamente baixas, o que permite ao Brasil buscar uma política monetária mais expansionista. A redução na Selic também pode ter um impacto positivo nos financiamentos para empresas e consumidores, tornando empréstimos e financiamentos mais acessíveis e incentivando o consumo e os investimentos.
No entanto, o Banco Central continuará monitorando de perto a evolução da economia e a inflação, e estará pronto para ajustar a política monetária conforme necessário para garantir a estabilidade econômica. Economistas e especialistas financeiros estão divididos em relação a essa decisão. Alguns acreditam que a redução da Selic é um passo na direção certa para estimular a economia, enquanto outros expressaram preocupações sobre a inflação futura e a necessidade de equilibrar o crescimento econômico com a estabilidade de preços.
Contudo, logo após a decisão, o Comitê informou que a melhora do quadro permitiu que o Banco Central desse início a um ciclo “gradual” de redução de juros no país, dando a entender que novos cortes podem vir nas próximas reuniões, caso o cenário de desinflação e de ancoragem das expectativas em torno de suas metas se concretizem.
A decisão do COPOM também teve impacto nos mercados financeiros, com a bolsa de valores registrando um aumento nas negociações e o real se fortalecendo em relação ao dólar.
À medida que o Brasil busca se recuperar dos desafios econômicos recentes, a redução da Selic é vista como uma medida importante para impulsionar o crescimento e a estabilidade, enquanto o Banco Central permanece vigilante para garantir que a economia continue no caminho certo. É importante citar que a taxa Selic impacta diretamente no custo do empréstimo consignado. Quando a taxa cai, os juros ficam mais baixos.
Imagem: Antonio molina/FolhaPress